Entenda mais sobre a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

          Na Terapia Cognitivo-Comportamental, entendemos que nossos pensamentos, emoções e comportamentos estão conectados como um tripé invisível. Ou seja, algo acontece, você pensa algo sobre isso, e esse pensamento aciona uma emoção, que leva a uma reação. Mas digamos que quase nunca percebemos essa sequência. A gente só sente e reage, porém, a TCC nos convida a desacelerar e colocar algo semelhante a uma lupa no meio do caminho. O que pensei quando aquela mensagem chegou e senti o meu coração apertar? Qual foi o significado que dei a esse silêncio? Será que o que me faz sofrer é o fato ou a história que minha mente contou sobre ele?

Nem sempre o que a mente mostra é o que está acontecendo, às vezes, é só o que ela aprendeu a ver.

Distorções cognitivas e os filtros da nossa mente:

A TCC chama de “distorções cognitivas” os filtros mentais que usamos sem perceber. São formas distorcidas de pensar que parecem verdades absolutas:

“Se eu não conseguir fazer tudo certo, sou um fracasso.”
“Se alguma pessoa não respondeu, é porque não gosta de mim.”
“Nada do que faço dá certo.”

Essas frases não são fatos, são interpretações automáticas. Elas nasceram de experiências antigas e se tornaram algo bem semelhantes a óculos invisíveis que usamos para olhar a vida com um todo.

Na terapia, aprendemos a identificar esses filtros e limpá-los, às vezes a gente precisa verificar se os nossos olhos não estão manchados. Nem toda nuvem significa tempestade, às vezes pode ser somente uma garoa. Nem toda falha define quem somos, errar faz parte da nossa existência.

Às vezes, o que dói é o modo como estamos lendo a cena, não como ela realmente é.

Pensamentos automáticos:

Alguns pensamentos não pedem licença, eles simplesmente aparecem.

Na correria do dia a dia, a mente reage como se tivesse um piloto automático. Quem nunca, né?
Alguém olha torto, e o pensamento vem: “devo ter feito algo errado.”
Um erro acontece, e ele surge: “sou incapaz.”
É tão rápido que parece emoção pura, mas, na verdade, é cognição.

Esses pensamentos automáticos são os “reflexos mentais” daquilo que acreditamos sobre nós e sobre o mundo. E a boa notícia é que eles podem ser questionados!!

“O que faz eu ter tanta certeza disso?”

Quando você pausa e se pergunta isso, abre espaço entre o pensamento e a emoção. E nesse pequeno espaço, nasce a possibilidade de escolha.

Crenças centrais:

Por trás de cada pensamento que se repete, há uma crença silenciosa pedindo para ser olhada.

As crenças centrais são ideias profundas sobre quem somos, o que merecemos e o que esperar do mundo. São formadas lá atrás, na infância, nas comparações, nas palavras que ficaram.

Algumas são leves:

“Posso aprender.”
Outras, pesadas:
“Eu não sou boa o bastante.”
“Se eu errar, vão me deixar.”

Mas, e se, trazermos as crenças à luz? Não para invalidá-las, mas para reescrevê-las? Porque uma crença, por mais antiga que seja, não é sentença, é aprendizado e pode ser atualizado! 

E, no fim, o processo terapêutico é isso: aprender a contar pra si mesma uma história mais justa, mais gentil, mais real. 

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