Entenda mais sobre a Psicologia Histórico-Cultural (PHC)

         De maneira simplificada, uma forma de entender a abordagem histórico-cultural na clínica psicoterápica é utilizando a metáfora do jangadeiro. Ela foi desenvolvida pelo psicólogo clínico Janailson Monteiro Clarindo, em sua tese, no ano de 2020. A mesma consiste em:

“Imaginemos uma pessoa em uma pequena jangada, com nada mais além de sua roupa, alguns suprimentos e um par de remos, perdida em um mar que ora está calmo, ora tempestuoso. Tudo que este sujeito faz, desde que tomou consciência de sua existência, é navegar pelo mar e sobreviver deste. Não há como compreender o jangadeiro fora do mar, o mar é condição de existência para ele. A sua própria personalidade é construída a partir de sua relação com o mar. Este sujeito é miúdo em relação à imensidão e força do mar, mas, ainda assim, possui sua jangada e seus remos. Pode escolher para onde remar, se ao menos remará e pode, também, imaginar aquilo que encontrará. Para isso, o sujeito precisa aprender a remar, a situar-se usando a orientação das estrelas, a pescar com suas mãos, a prever tempestades. Precisa, também, saber manter-se calmo durante as adversidades, aprender com os erros que comete e tirar proveito daquilo que o mar traz.”

         Com base nesta metáfora, podemos então entender que as pessoas constituem e são constituídas pelos determinantes histórico-culturais, como o capitalismo, a cultura, o machismo, o racismo, entre outros atravessamentos. Contudo, as pessoas não são passivas mediante esses determinantes, dessa forma, o processo ativo de desenvolvimento da consciência e o conhecimento acerca de suas emoções te guiarão a viver de um modo afinado com quem você é. Nosso trabalho enquanto psicólogas clínicas, é mediar tudo isso junto à você, sobretudo com muito respeito e afeto a sua história e relações.

Autores

Próximo post

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

© 2025 Entre Marés Psicologia